sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Ao longe


Ao longe, onde o sol se une ao céu,
estão as mais ínfimas lembranças que guardo.
São lembranças que escorrem pela alma,
que a banham de um dourado profundo,
que fazem nascer um desejo só meu:
o meu desejo de percorrer a eternidade num segundo,
de encontrar a minha Flôr de Lotus, perdida neste Mundo.


Ao longe, onde a luz queima a escuridão,
estão as mais singelas pétalas do meu ser.
São pétalas que se soltaram da própria Vida,
que disseram adeus aos sonhos que criaram,
que viram a mais perfeita das cores,
a que eu não consegui ver:
a cor da alegria, do amor e da paixão.


Ao longe, onde a vida se mistura com a morte,
estão os mais preciosos vestígios da minha existência.
São vestígios que anunciam a minha perda,
que adivinham o meu doloroso fim,
que clamam a minha irremediável ausência:
ausência deste mundo, ausência do meu corpo,
ausência do teu pensamento, da tua vida,
ausência de um tudo de outrora e que agora jaz morto.
  • Foto de Peter Heilmann

4 comentários:

Sara Freixo disse...

poesia é daquelas coisas que não se descreve... uns interpretam como um poema triste, outros interpretam como o mais sentido deles... tudo depende do estado de espírito... porque a poesia é a parte material do que é a alma dos homens!

BeNnY ThE 666 disse...

jeito com as palavras não te falta! continua assim!

BeNnY ThE 666 disse...

acabei d fazer a visita nº 100 wooow!! XD

Anónimo disse...

lindo!