sexta-feira, 31 de julho de 2009





















Desce p'la avenida, a lua nua..
e vagando à sorte dormita nas ruas..
Faz-se de esquecida, minha e tua
Deixando um rasto, que nos apazigua.

Entra pela vitrina, surrealista
Faz malabarismo a ilusionista.
Ilumina o céu, que nos devora.
Já se sente o frio, está na hora, de irmos embora

Sou um ser que odeias mas que gostas de amar,
Como um barco perdido, a deriva do mar
A vida que levas de novo outra vez
Um mundo que gira sempre a teus pés.
Sou a palavra amiga, que gostas de ouvir,
A sombra esquecida que te viu partir,
A noite vadia, que queres conhecer,
Sou mais um dos homens que te nega e da prazer.

Sou a voz da tua alma que te faz levitar,
O átrio da escada para tu te sentares,
Sou as cartas rasgadas que tu não lês
A tua verdade, mostrando quem és.
Um resto de tudo, que possa existir
mostrando quem és, o resto do mundo.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Como passou? Encontra-se de boa saúde?


Hoje não pretendo falar de coisas abstractas como Liberdade, Igualdade, Fraternidade, Paz e palavrões desse género...
Vou apenas falar de Saúde. E para isso vou servir-me de um caso concreto que engloba o meu priminho, que tem apenas 8 anos, e um médico de família.
Ora, contando a história, ela passa-se mais ou menos assim:
o meu primo tem tido dores na barriga nos últimos meses. Como seria de esperar, a mãe levou-o a fazer exames e, depois, deslocaram-se ao centro de saúde da minha zona, para que o médico de família visse os exames.
Devo referir que não tinham consulta marcada e que, por isso, sujeitaram-se a passar toda a manhã à espera de vaga.
Tudo muito normal até aqui (claro está que em Portugal temos que aprender a ser pacientes, muito pacientes...).
O insólito acontece quando o meu priminho se queixa de dores de barriga e de cabeça em pleno centro de saúde. Criança como é, com apenas 8 anos, queixou-se à mãe e as lágrimas rapidamente apareceram. Nisto a mãe (minha tia) pediu para falar com o médico de família e, já que em Portugal os pedidos raramente são atendidos, dirijiu-se directamente ao consultório dele sem ser chamada.
Explicou o problema e perguntou: O sr. Doutor não vai ver o menino?
Ao que a resposta foi esta: Não, não vou.
Insistências para quê? Apenas foi indicado à minha tia para levar a criança ao hospital, que lá tudo se resolveria. Na falta de transporte, o sr. Doutor dignou-se a pedir à sua secretária para chamar uma ambulância.
Chegada a ambulância, faltavam os "papéis" comuns para oficializar tudo e a serem apresentados no hospital. Conclusão, mais tempo à espera. Dupla conclusão: a criança que aguente.
Por fim, lá foram para o hospital, sem a necessária "carta" de «médico de família» para «médico de hospital». Gostava de pressupor que não houve tempo para tais burocracias, mas resta-me render às evidências.
No fim, queixou-se o médico no hospital da falta de profissionalismo do médico de família e queixou-se o meu primito, coitado, que nada fez para merecer as horas "à seca e à dor" que passou.
Agora, face a tudo isto, queixo-me eu!
Um viva aos nossos atenciosos e prestáveis médicos de família.