sábado, 21 de novembro de 2009

Igualdade? Claro que sim!


Igualdade!

Nove letrinhas que, juntas, têm tanto significado! Não se trata de tolerância, de medíocre aceitação, mas sim de IGUALDADE! Essa palavra maior, cuja força atravessou séculos de injustiças sociais e que ainda nos chega hoje como uma miragem, um desespero, um sonho...
Quem disse que não somos todos iguais? Quem disse que uns têm direito a ter direitos e outros têm direito a remeter-se ao silêncio? Quem disse, quem?
Ninguém que eu conheça, ninguém que eu queira conhecer...
A Liberdade é uma conquista moderna, tal como a Igualdade! Juntas são a própria Vida! São um hino de Revolta, de Loucura, de Desejo de se ser Ouvido, de se ser Respeitado...
RESPEITO! Outra bonita e complexa palavra... Mas nada que não esteja ao nosso alcance!
"Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos",
Artigo I da Declaração Universal de Direitos Humanos.
"Os direitos humanos aplicam-se da mesma forma a todos os seres humanos, independentemente da sua orientação sexual ou identidade de género",
ONU
Estamos a caminhar com dignidade, liberdade e igualdade, depois de um trabalho árduo de séculos. Finalmente, o ser humano parece estar a aceitar-se a si mesmo na sua plenitude, sem fugir às diferenças individuais de todos nós.
Já se sabe que a discriminação não é solução. Por isso não voltemos à barbárie do costume, entre opressores e oprimidos. Encerremos esse capítulo negro e comecemos um novo... Um capítulo em que sejamos todos Iguais em direitos e responsabilidades! Um capítulo em que a Liberdade seja o valor mais alto!
Sejamos humanos.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Free Tibet


Palavras para quê?
Já tanto foi dito... Já se juntaram multidões, as mãos já foram dadas e as vozes já se uniram!
E o que mudou?
Nada...
Mas não é por isso que se esquece a causa e se baixam os braços!
A Vontade e a Ideia não se perdem... e não vamos deixar de o exigir:
FREE TIBET.

sexta-feira, 31 de julho de 2009





















Desce p'la avenida, a lua nua..
e vagando à sorte dormita nas ruas..
Faz-se de esquecida, minha e tua
Deixando um rasto, que nos apazigua.

Entra pela vitrina, surrealista
Faz malabarismo a ilusionista.
Ilumina o céu, que nos devora.
Já se sente o frio, está na hora, de irmos embora

Sou um ser que odeias mas que gostas de amar,
Como um barco perdido, a deriva do mar
A vida que levas de novo outra vez
Um mundo que gira sempre a teus pés.
Sou a palavra amiga, que gostas de ouvir,
A sombra esquecida que te viu partir,
A noite vadia, que queres conhecer,
Sou mais um dos homens que te nega e da prazer.

Sou a voz da tua alma que te faz levitar,
O átrio da escada para tu te sentares,
Sou as cartas rasgadas que tu não lês
A tua verdade, mostrando quem és.
Um resto de tudo, que possa existir
mostrando quem és, o resto do mundo.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Como passou? Encontra-se de boa saúde?


Hoje não pretendo falar de coisas abstractas como Liberdade, Igualdade, Fraternidade, Paz e palavrões desse género...
Vou apenas falar de Saúde. E para isso vou servir-me de um caso concreto que engloba o meu priminho, que tem apenas 8 anos, e um médico de família.
Ora, contando a história, ela passa-se mais ou menos assim:
o meu primo tem tido dores na barriga nos últimos meses. Como seria de esperar, a mãe levou-o a fazer exames e, depois, deslocaram-se ao centro de saúde da minha zona, para que o médico de família visse os exames.
Devo referir que não tinham consulta marcada e que, por isso, sujeitaram-se a passar toda a manhã à espera de vaga.
Tudo muito normal até aqui (claro está que em Portugal temos que aprender a ser pacientes, muito pacientes...).
O insólito acontece quando o meu priminho se queixa de dores de barriga e de cabeça em pleno centro de saúde. Criança como é, com apenas 8 anos, queixou-se à mãe e as lágrimas rapidamente apareceram. Nisto a mãe (minha tia) pediu para falar com o médico de família e, já que em Portugal os pedidos raramente são atendidos, dirijiu-se directamente ao consultório dele sem ser chamada.
Explicou o problema e perguntou: O sr. Doutor não vai ver o menino?
Ao que a resposta foi esta: Não, não vou.
Insistências para quê? Apenas foi indicado à minha tia para levar a criança ao hospital, que lá tudo se resolveria. Na falta de transporte, o sr. Doutor dignou-se a pedir à sua secretária para chamar uma ambulância.
Chegada a ambulância, faltavam os "papéis" comuns para oficializar tudo e a serem apresentados no hospital. Conclusão, mais tempo à espera. Dupla conclusão: a criança que aguente.
Por fim, lá foram para o hospital, sem a necessária "carta" de «médico de família» para «médico de hospital». Gostava de pressupor que não houve tempo para tais burocracias, mas resta-me render às evidências.
No fim, queixou-se o médico no hospital da falta de profissionalismo do médico de família e queixou-se o meu primito, coitado, que nada fez para merecer as horas "à seca e à dor" que passou.
Agora, face a tudo isto, queixo-me eu!
Um viva aos nossos atenciosos e prestáveis médicos de família.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Resolução


And I'm alive, And I don't need a witness, To know that I survived, I'm not looking for forgiveness, I just need light, I need light in the dark as I search for the resolution

sábado, 18 de abril de 2009

Embora Doa



Embora doa , nada fiz para mudar ...

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

PRIMAVERA


(...)

A primavera, uma assunção de flores.
A vida
Renascida
E celebrada
Num festival de pétalas e cores.

Miguel Torga
Foto de Ricky_01

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

LOVERS IN JAPAN



Cold, cold water bring me round

Now my feet won't touch the ground

Cold, cold water what ya say?

When it's such…

It's such a perfect day

It's such a perfect day

Strawberry Swing, Coldplay

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

NO ENCALCE DO SONHO


Quero ser singela como estas flores. Quero olhar o sol durante todo o dia. Quero respirar o ar da manhã. Quero sentir a sombra momentânea das nuvens que se arrastam no céu. Quero que o azul profundo invada o meu sangue de veneno. Quero crescer até tocar nas nuvens. Quero sentir o vento nas minhas pétalas. Quero o dia, quero a noite. Quero a Vida, quero o Mundo. Quero florir, quero ser a mais bonita. Quero sorrir, quero fazê-lo sem receio. Quero a Liberdade, quero um arco-íris. Quero tudo, quero ainda mais que o tudo. Quero querer, quero ter. Quero ser, quero não esquecer. Quero, quero e quero. E vou querer eternamente, simplesmente porque quero!
Fotografia de Code Poet

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

A VIDA NUM OLHAR



Na finitude das horas
escrevi o meu destino.
Com a passagem do tempo
a tinta borratou,
o papel enrogou.
Na finitude das horas
imaginei a minha vida.
No encalce do Tempo,
a imaginação secou,
a Vida, simplesmente, terminou.
Fui um poço
e hoje sou mera miragem.
Fotografia de Patrícia de Oliveira

sábado, 17 de janeiro de 2009

Flor de Inverno



Olho em redor. O lago está gelado. O ramo da árvore preste a perder-se na imensidão da neve. Nada está igual. Tudo mudou desde que parti, desde que deixei para trás a estranha que era. Volto e vejo a novidade, a mudança, a morte na sua ínfima espécie.

Procuro por vestígios de quem fui. Não os encontro. A neve cobre o chão e nada reluz sob o clarão tímido do sol. Nada permanece igual. Tudo se perdeu desde que decidi procurar por mim noutro lugar. Voltei e sei que não sou a mesma, não sou e nem vou voltar a ser...

Reparo nas pequenas flores de vidro. Estão prestes a quebrar-se. Com elas quebrar-se-ão todas as lembranças que ainda guardo deste lugar. Apagar-se-ão todos os vestígios, todos os sorrisos, todos os choros. Foi neste lugar que cresci, foi aqui que vivi e que morri para nascer novamente, bem longe. Ele é-me tão familiar, mas causa-me tanta estranheza.

Odeio ter que o dizer, mas... Não sei porque ainda aqui estou. Estou a olhar pela última vez, a deixar-me prender pelo redor, pela neve, pela infinita brancura da manhã. Sei onde pertenci, onde continuo a pertencer. Não é este o lugar que conheci, não é aqui que pertenço. Não é isto aqui... E, no entanto, a tentação de ficar, de me perder é tão grande...

Se o fizer, caminharei sobre a neve, quebrarei as pequenas flores, arremeçarei o ramo da árvore até ao lago, fixarei o olhar no sol... Aventurar-me-ei nesta terra infinita e perderei a identidade que ganhei, bem longe daqui.

Volto a olhar em redor. O caminho é longo. Dou o primeiro passo, deixo para trás o casaco. Uno a imaginação à memória e vejo finalmente esse lugar que tanto procurava. Vejo-me a mim e reconheço quem fui... Uma lágrima, um sorriso. Tudo voltou ao seu lugar. E ela está de volta, está finalmente presente: a minha infância, essa infância perdida para sempre - noutros tempos, neste mesmo lugar, neste mesmo ser, na mesma despedida amaldiçoada -, para nunca mais voltar...

Foto de Bristol Bound

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009




O que há em mim é sobretudo cansaço
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.

A subtileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto alguém.
Essas coisas todas -
Essas e o que faz falta nelas eternamente -;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.

Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada -
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...

E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço.Í
ssimo, íssimo. íssimo,
Cansaço...



  • Álvaro de Campos

  • Javier Parra

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

O SEGREDO


São 21:51.
Na mais longa conversa desde que ousei contar-te a minha vida, fixo os meus olhos nos teus para que não te sintas tentada a fazer que me ouves. Quero realmente que me ouças. O que te tenho vindo a contar é o mais precioso que possuo, o meu maior tesouro. Neste momento, estou a revelar-te o código que te levará a ele. Não o ignores, por favor.
Ouves o que te digo? Compreendes o significado latente de cada palavra que sai pela minha boca? Consegues perceber o porquê de eu te contar tudo isto? Deus, como me sinto nua neste momento. Sou um livro aberto, revelado e sujeito à tua avaliação. Tenho receio que me interpretes mal e acabes por fazer julgamentos injustos.
É melhor ouvires tudo até ao fim, antes de dizeres o quer que seja. Antes de me julgares.
Vou revelar-te mais um pequeno segredo da minha vida. Este o mais importante, o mais pessoal. Promete-me que não vais falar com ninguém sobre ele. Promete-me! Pronto, eu confio em ti. Vou contar-te...

22:01.
Vais embora? Assim, sem uma justificação? Agora? Mas eu preciso de ti, preciso que me ouças, que me acalmes... Eu revelei-me a ti com toda a sinceridade que possuo. Mostrei-te quem sou, o que penso, como me sinto... Tens mesmo que ir? Não podes confortar-me um pouco, aliviar os meus medos, os meus sufocos? Preciso tanto de ti, tanto...
Está bem! Eu compreendo. Tens mesmo que ir. Eu compreendo... Mas quando nos vemos novamente? O que disseste? Não sabes... Claro, eu compreendo... mais uma vez, compreendo!
Quando puderes, liga-me! Quero ouvir o que tens para me dizer...
Não te prendo mais, vai! Eu fico aqui, um pouco mais...
Obrigado por me ouvires...

22:07.
O que estarás a pensar de mim agora? Porque terás ido embora, assim, sem sequer te manifestares sobre o que te contei? Terás ficado com má impressão de mim? Terei eu perdido uma amiga por me ter exposto desta maneira, por te ter contado quem realmente sou?
Tenho medo... Sinto arrependimento. Não deveria ter dito uma única palavra...

23:57.
Estás a telefonar-me! Devo atender? O que terás para me dizer? Oh, que bom que é ouvir a tua voz. De repente, o meu coração acalmou...

00:31.
Ainda bem que me ligaste. Ainda bem que me acalmaste. Ainda bem que me ofereceste aquelas palavras aconchegantes, eternamente libertadoras.
Agora sei que não estou sozinha. Estás comigo. E eu ganhei um novo segredo, um ainda mais profundo, mais sufocante, constrangedor. Mas não to posso revelar, este não. Não me questiones mais, não to direi! É meu, só meu...
Talvez um dia venha a dizer-to, mas agora apenas o digo a mim mesma! Só eu o posso conhecer, pois só eu o compreendo na sua totalidade. Agora que estou sozinha, posso pronunciá-lo em voz alta... Não, vou sussurá-lo!
"Procurei-te porque precisava de me encontrar a mim... Tu fugiste e encontraste-me. Eu fiquei e encontrei-me a mim, encontrando-te a ti!"
Fotografia de Patrícia de Oliveira